Pesquisa aponta que coronavírus pode atacar cérebro
Pesquisadores da Unicamp acharam o novo coronavírus presente em cérebros de pacientes que foram mortos pelo vírus, bem como mudanças morfológicas.
O resultado deve auxiliar em tratamentos que sejam mais eficazes em pacientes que contenham esse vírus, os quais apresentem sintomas neurológicos, bem como anosmia, confusão mental e zumbido na região do ouvido.
“O que identificamos agora é que o vírus é sim capaz de chegar no sistema nervoso central, no cérebro.”
“Não só detectamos o vírus no cérebro de pessoas que morreram com a covid-19 – coletamos os cérebros delas post mortem”.
“…mas nós fizemos também análises de imagem, escaneamos os cérebros de pacientes com covid-19 moderada e alterações significativas foram observaddas”, afirmou o professor de bioquímica da Unicamp.
Sobre o estudo
O estudo foi anunciado durante esta última semana, através da plataforma preprint, ainda não havendo revisão por pares.
Ele enfatiza que até agora não há evidências disso na literatura, embora alguns pacientes apresentem sintomas neurológicos.
“Esse é um estudo feito com centenas de pacientes moderados, não são nem pacientes graves, e que demonstra que as alterações morfológicas estão correlacionadas com a covid-19”, afirmou.
De acordo com ele, as consequências nos pacientes ainda se encontram em observação, uma vez que a covid-19 é uma nova doença.
“Não deu tempo de vermos o que vai acontecer no longo prazo, mas fato é que pessoas já curadas ainda têm queixas de sintomas neurológicos mesmo depois de o vírus já ter saído do corpo.”
As pequisas já provaram em testes in vitro que a nova doença tinha a capacidade de infectar os neurônios.
Entretanto, em testes em humanos, foi identificado por eles a presença do vírus numa outra célula do cérebro, tendo, como nome, “astrócito”.
“Vimos que o vírus está no cérebro de algumas das pessoas que morreram de covid-19, não tanto nos neurônios, mas em uma outra célula que chama astrócito. Esta é uma célula que auxilia os neurônios a se comunicarem.”
Fonte: Istoé